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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Entrevista - O Velho.

Tirem as crianças da frente do computador... Uma entrevista com o VELHO para quem gostou do texto dele da última semana...

O Blog está buscando quem quiser escrever sobre o que for, usando o pseudônimo que for aqui... mande o seu texto.

Na próxima semana, outro texto vai ser publicado por aqui.

Aquele abraço!

Alexandre Amorim.


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Bem, dando sequência aos extratos com o “velho”, vamos passar para uma série de perguntas interessantes e, obviamente, polêmicas sobre a visão do mundo e percepção da realidade do VELHO.

Seguindo...

Alexandre – Velho, o que você acha do Brasil?
Velho – O que existe para se achar do Brasil, cara? Tem coisa boa e tem coisa ruim. Todo lugar tem desse mesmo problema.
A política tá uma bosta, mas... a política SEMPRE foi uma bosta. Neste caso, só acho mesmo é que aumentou o número de imbecis que falam SOBRE política. Por isto que está muito mais insuportável falar dela por aí. Mas o Brasil é bom, cara... eu acho o Brasil um lugar bom.

Alexandre – Porra... eu penso totalmente diferente disso, cara.
Velho – E você vai fazer o que? Me conta. Vai comprar tijolo e vai construir uma porra de uma escola? Não. Vai fazer medicina e vai trabalhar de graça no morro? Não. Vai virar agricultor, fazendeiro pecuarista e o diabo e vai dar comida de graça por aí? Não.
Você acha uma bosta por que você não pode fazer nada. E te faltam bolas para chutar o balde. Tacar merda no ventilador.

Alexandre – Como assim, tacar merda no ventilador?
Velho – Ir de contra o governo, cara. Mas não se preocupe. Você não é o único bundão nessa história. A maioria dos brasileiros é um bando de bunda mole mesmo. Eu admito que não tenho coragem de enfrentar aqueles brutos do choque. Mas a juventude de hoje é toda muito bunda mole. Nãoaguentam nem um chute na bunda, nem um apelido sacana... você quer o que? Um levante civil? Nem em sonho... Mas eu acho que uma hora, muda. Não tem como continuar muita coisa com a óbvia inovação tecnológica do próximo século. É questão de tempo.

Alexandre – Mas tem muita gente que vai às ruas reclamar e encara a polícia, cara... Você acha esse tipo de manifestação inútil, então?
Velho – Acho. Quem deveria se levantar com pedra na mão, com fuzil, metralhadora e bomba é a favela. Não o bando de moleque criado em apartamento que sempre vai tomar porrada da polícia por que não apanhou em casa. Esse pessoal, com todo o respeito, não passou por NADA de fodido na vida. Nego reclama por que aumentou uma ou outra coisa ali que ele efetivamente paga com a grana dele. Um ônibus ali, uma cerveja ali... o cigarrinho que ficou mais caro e tal. Mas o pessoal da favela é achincalhado, meu irmão. Os caras sobem lá e espancam. Matam. Roubam. O esquema lá é nervoso demais. E aquele pessoal abaixa a cabeça e segue. Quando aparece um cara bom o bastante para juntar a população e fazer barulho, os caras vão lá... enchem o sujeito de dinheiro, colocam o cara para estudar e dar palestra na puta que pariu e aí ele já saiu da favela... já mudou o contexto... ele já tá em outra... Não vai arriscar o pedacinho do bolo que ele conseguiu para ajudar os irmãos do morro. E assim vai...
Hoje os caras estão tirando a moçada da favela na raça. Cadê a juventude peito de aço encarando a polícia lá na Mangueira? Não tem. Nego não vai lá, por que lá, mesmo com a imprensa do LADO, a polícia mete o ferro sem dó. Sai explodindo tudo lá.
É isso o que eu penso... é fácil para caralho encarar a polícia com pai advogado e o cacete... quero ver encarar a polícia no pedaço de pau, quando os caras forem derrubar a casa da tua mãe viúva. Isso que é resistência, pô.
Todo o resto é babaquice de universitário, com todo o respeito.

Alexandre – Tranquilo, velho. Quero saber a sua opinião.Mas o que você acha que pode ser feito para melhorar o Brasil um pouco mais rápido então, cara?
Velho – Porra... olha a pergunta que você me faz, cara... Uma pergunta de um milhão de dólares essa... Mas tá... acho que político e empresário só entende uma língua. A do dinheiro. Quando o pessoal passar a bater na carteira deles, os caras vão começar a se coçar lá.
Agora, como fazer isso... eu não sei mesmo.

Alexandre – Tá... vamos falar sobre religião, velho. Você é adepto a qual religião, cara?
Velho – Eu sou um cara espiritualista. Não sigo nenhuma destas religiões aí. Acho que tem uma parada muito além da compreensão humana do universo e além dele. Não curto muito esse papo de religião. Tem muito fanático com essa parada por aí...

Alexandre – Existe algo contra algum tipo de religião, cara? Sei que é polêmico e tal,mas é a tua opinião que tá valendo hoje aqui.
Velho – Pô. Tenho. Qualquer religião que pega grana do pessoal pobre aí. Nego não tem o que comer... não estudou mais do que o “beabá” e vai lá um filho da puta, todo no sorriso, trabalhado na gravata e arranca a grana que a família guardou para melhorar um pouco ali o dia a dia, sabe? Acho isso uma puta que pariu danada. E eu tenho uma coisa que chamo de mágoa com a religião católica, sabe? Mas é mais por causa da minha mãe. Eu já perdi um irmão e foi ruim para caralho ver a minha mãe rezar e tal pela alma do Robson. A velha chorou, cara. Ela sofreu. Sofreu porque o Robson era um filho da puta. Na visão da igreja, sabe? Ele não ia para o paraíso nem se todo mundo lá fosse cego e se Deus estivesse louco de heroína. Minha mãe sabia disso. E morreu se matando de rezar para sei lá... salvar a alma dele e tal... Muita velha carola de igreja falava que ele não tinha salvação nenhuma... e isso detonou a minha mãe, cara. Foda.


Alexandre – Foda... vamos finalizar então essa conversa, velho... manda um recado aí para o pessoal que te leu aqui no Blog.
Velho – Vocês não tem nada melhor para fazer não, porra? Tá uma noite boa demais aqui no bar e vocês aí lendo no computador? Um recado para as meninas aí, parem de dar para otários que vocês tão perdendo os caras bacanas aí, hein? Recado para os barbados, deixem de frescura, pô... a mulherada tá na pista, valeu?
Paz no coração aí, pessoal. 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Postagens do "VELHO".

Muito tempo, pessoal...
Mas é bom estar de volta nas escritas por aqui, apesar dos pesares.

Enfim, a história desta vez não é escrita por mim e, deixo de passagem, quem dera se fosse...
Um camarada que conheci aqui, pelas bandas da UFSC e que nunca se interessou em escrever em um blog, concordou em me passar alguns textos sobre algumas coisas que ele pensa, fala e não reproduz... seja no papel, seja no computador...

Enfim. Com vocês: O VELHO.


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Feliz Ano, Véio.

A idade é uma vadia seca. Ela não permite que comemoremos os nosso eventos temporais da mesma forma.
Cada ano é um rabugento mais imbecil que comemora mais um passo em direção àquela velha fatídica que todos um dia teremos que abraçar.
E as conversas? 
As conversas daqueles filhos da puta que você somente tolera? 
Estou falando daqueles que você nunca sentiu muita empatia, compreende? 
A gente fica mais velho e quer mais mandar tudo para a merda fumegante do VÁ SE FODER. 
Aquela vontade etílica de, pelo menos uma vez na vida, falar algo de honesto para aquela pessoa que é a nossa antítese de humor, valores pessoais e político.
A idade é uma vadia seca. 
É preciso beber muita cerveja para encarar essa cretina e ainda achar que ela é bonita para caralho e que vale a pena cada dia que você encara aquele trabalho digno de filhos da puta, com pessoas dignas de um bordel de estrada, com regras de um presídio para pequenos delitos.
Cada Natal é como uma disputa para abocanhar o máximo possível da ceia. 
Foda-se a dieta, foda-se o AA e foda-se a diabetes. 
Quem não come é fariseu nesse comercial religioso de merda.
E as conversas? 
É cada um filho da puta aumentando cada vez mais a sua importância para não parecer tão inútil e miserável como realmente é. 
Velhas mal amadas, encarando o final da vida sem dignidade, cantando desafinadamente um canção, sobre uma mentira... enquanto fingem se importar com as outras pessoas, comparando as roupas naftalinescas, em um circo de morte instituída e não devidamente morrida por estas desesperadas velhas.
A idade é uma vadia seca. 
E é melhor você começar a tratá-la como tal. Antes que não tenha mais tempo para nada.

Mas trate-a como uma vadia bebendo o champanhe dos pobres, ou uma cerveja de milho putrefata medíocre. 
Vadias baratas não merecem bebidas caras.