Então... daí ficam as coisas, por assim dizer... com os ditos
pelos não-ditos... com a vontade etérea... vai indo embora com os minutos.
Eu vou vendo de longe, vou fingindo que não vejo... mas vou
deixando apagar lento, deixo o braseiro vermelho... daqueles que vai assando o
naco de carne de dentro para fora... vai dourar somente na hora de consumir e
acabar com tudo, de uma vez.
Sei lá se vai deixando passar, sei lá mesmo o motivo pelo
qual se vai.
Só que de saudades, eu entendo bem. Sinto falta até daquilo
que eu não vivi. Sinto falta de pessoas que não conheci de verdade... eu parei
muitas vezes apenas no superficial.
Então, deixa o tempo temperar qualquer coisa que seja. Não
dá para moldar nada em aço frio. Não na fornalha que pulsa dentro do peito.
Não gosto de reinventar... prefiro moldar desde o minério...
prefiro transformar o bruto em maciço, em obra-prima.
Daquele jeito.
Mesmo se for para se quebrar depois, a construção de alguma
coisa com a vontade de ser perfeita, já é o início da perfeição.
Vai findando mais um tempo, vai chegando o inverno e daí?
O que te prende, te trava, te minimiza... o que?
Fato é que eu tentei mesmo fazer alguma coisa certa desde o
início. Só para descobrir MAIS UMA VEZ, que isso não funciona.
Agora... é partir para a velha receita de sempre.
Desculpe, hein? Eu tentei...