Eu gosto de escrever quando acredito ter encontrado inspiração necessária para fazer alguma coisa que preste... que valha a pena ser lida.
Hoje, o tempo para se ler... que seja um blog, um livro, uma
poesia ou qualquer que seja, com o perdão da palavra e dos grandes escritores
de sempre, a “arte” escolhida, é raro e precisa ser valorizado no momento da criação,
ou seja, no momento da concepção dos escritos.
Bem, acontece que neste texto não existirá nada falando
sobre os problemas internalizados de minha pessoa... nem mesmo qualquer tipo de
manifesto político ou lamento romântico, seja ele real ou platônico.
Ele tem
uma inspiração diferente.
Acabo de assistir ao filme Cloud Atlas, que indubitavelmente, me inspirou a escrever essas
linhas. Coloquei para me acompanhar a música sexteto, ao piano. E ela soa
maravilhosamente bem agora. Está amanhecendo e por conta de uma insônia que já
me acompanha há alguns dias, me sinto um pouco tenso e cansado. Mas de uma
forma diferente, me sinto aliviado por ter visto algo que reacendeu algo que eu
andava meio ausente em meus pensamentos.
A capacidade do ser humano de ser melhor.
Não por algo que foi escrito a eras atrás... ou por conta de
convenções sociais pré-estabelecidas, que são passadas de geração em geração. A
capacidade de se posicionar pelo que é correto e errado à medida que a vida se
desenrola suave e constante em nossas vidas.
É claro e óbvio que o que dói no pensamento, após realizar
que o filme é uma inquestionável e sutil pergunta ao indivíduo sobre os atos
que toma e realiza em sua existência, de que nossa memória se atém muito mais
aos nossos erros do que os nossos acertos. E tentei lembrar, de uma forma
diferente das vezes em que acertei, não motivado por reconhecimento ou por
satisfação imediata e sim, por ter sido a coisa correta e honesta comigo mesmo.
Lembrei-me de minhas pequenas. E das poucas coisas que
atualmente posso fazer por elas. Faço muito pouco é verdade. Entretanto, o que
pode parecer ser algo ruim de lembrar, me fez realizar que o importante não é
verificar os erros até então não corrigidos. Eles existem e eu já os conheço.
Convivo com eles todos os dias e busco melhorar de forma que somente exista
espaço para me lembrar das coisas boas.
Eu acredito tentar passar, em todos os momentos para as
minhas pequenas joias que o certo a se fazer precisa partir de dentro. Precisa
partir da necessidade de ver o outro feliz, para ser feliz. E que às vezes,
meio que sem querer, acabamos caindo no egoísmo que o mundo nos impõe hoje.
Lembrar sempre que o que nos difere de animais é a
capacidade de compreender e existir no âmago de nossa essência. De sermos
honestos com nossos sentimentos e entender de uma vez por todas que as
consequências virão e sempre. Mesmo quando a gente opta por não tomar decisão
alguma. Não tomar uma decisão É uma decisão. É aquela que nos
coloca à mercê de um mundo comprovadamente impiedoso, cruel e sem escrúpulos. É
a decisão que nos deixa vulneráveis a sermos levados a ferir, humilhar e
descartar o outro, mesmo sem ser esta a nossa real intenção.
Entenda... o texto pode parecer sem sentido e sem mirar
qualquer lugar para onde ir. Mas é honesto ao dizer que é algo que fica de mim
para minhas filhas e para quem quiser ler.
Ame, mas o faça de coração. Não permita nunca que o
subterfúgio de não ter coragem levem outras pessoas a te amar, sabendo que invariavelmente,
você irá feri-las.
Mantenha sua postura pelo que acredita ser correto e honesto
para si e para seus pares. Uma pessoa deixa de ser apenas carne e osso quando
acredita em alguma coisa que consegue fazer tremer todas as fibras de seu
corpo. Não permita que a falta de coragem te transforme em uma daquelas pessoas
cinza que vemos todos os dias pelas ruas. Preocupadas com suas coisas
imateriais e problemas ilusórios, perdem aquilo que buscamos encontrar pela
vida.
Uma razão justa para viver. Um motivo justo e verdadeiro,
capaz de fazer o ar entrar de verdade em nosso peito e deixar a vida bater
forte no peito.
Não se preocupem se não tiverem visto o filme, neste
textinho não houve qualquer spoiler,
e se pensar bem, o filme não fala muito sobre isso.
Mas perceber que talvez pequenos detalhes alterem a sinfonia
e a forma como a música é tocada, me deixou ao mesmo tempo fascinado e com
medo, que a música que ainda toca pode ser tanto mudada para melhor quanto para
pior...
Basta saber mesmo qual emoção usar para reger a orquestra
que a toca.
Até logo!
PS. Minhas filhas, eu amo muito vocês!!
PS. Minhas filhas, eu amo muito vocês!!