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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Serenata do Velho Homem



Então... um velho homem, de cabelos brancos morreu.

E o que isso tem a ver com a urgência do meu tempo?
Bem, nada.
Tirando o fato óbvio que uma pessoa morrendo é muito mais do que somente isso.

É o epitáfio de várias e ricas conexões humanas, vulgo amizade. É o fim de um laço vitalício, daquele que um dia foi filho, irmão, pai e avô... talvez até, bisavô.
Seria um nada tão igual ao da criança que morre de fome em qualquer deserto subsaariano ou em qualquer lugar pior que uma latrina de posto em algum canto esquecido da Somália.
O dinheiro continua a girar e as pessoas continuam a se admirar com cores, luzes, sons e sorrisos de vendedores de sorrisos fartos e imundamente brancos.
Então... um jovem senhor morreu. E com ele histórias que nunca foram contadas, segredos para uma vida inteira e juras pelo cadáver de sua própria mãe. Um jovem senhor de seus oitenta e poucos anos.

Oitenta e poucos... Até nos ditames derradeiros nos atemos ao tempo e as chagas a que ele nos submete.

Depois dos “vinte e tantos anos”, ninguém mais deveria contar idades, anos ou acontecimentos. É tudo exatamente a mesma coisa. Com mais “requintes de crueldade” com tarjas pretas ou vermelhas. Com novos jargões, com uma incômoda vontade de permanecer sentado, sorvendo aquela bebida alcoólica que nos remete cada vez mais em acreditarmos naquilo que não somos, naquilo que não conseguimos ser e escancarar a boca para vomitar um sem-número de verdades convenientes para nós mesmos.

Para nós mesmos nos sentirmos menos boquirrotos. Menos insignificantes. Menos superlativos.
Tudo para afastar o fantasma da velhice chata, inerte e dependente dos “Faustões” da vida. Do “MAOE” sonoro da televisão. Da esperança cega e desvalida do futebol de domingo. Da memória em preto e branco de aos poucos se torna a nossa vida.

Um círculo de memórias que engole uma grande parte de nosso tempo somente se ocupando em se lembrar de que em algum momento fomos jovens um dia.


Um dia.

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Old manby ~MaraDamian

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Simple kind of man...



“Tá... e daí que você está certa? O caminho que a gente tomou está todo errado mesmo...”
Alguns momentos passam. E cheguei a conclusão que às vezes andar sozinho é aceitar a responsabilidade de caminhar por conta própria, sem ninguém para culpar pelo fracasso de qualquer projeto ou postura.
É. Pode-se aprender bastante assim. Mas ninguém disse que é ou será fácil.
Estar sozinho é mais do que passar momentos de solidão. Estar sozinho não requer a ausência de pessoas, requer a abstenção das mesmas nas tomadas de decisão de sua vida. Momentos de solidão, necessitam do isolamento total do indivíduo. Às vezes é bom para pensar. Certamente é a melhor situação para chorar. Mesmo que o sentido de platéia para o “filme” da sua vida seja somente você e a voz em sua cabeça, pode ser salutar imaginar que algum script reserva coisas boas para um futuro não muito promissor, não é mesmo?
E aqui eu ando sozinho. Estou, na verdade. Não sei nem dizer se é por opção, ou se eu coloquei um pré-requisito muito difícil de acontecer, ou se eu somente ando pelos lugares errados com pessoas erradas. Não no sentido de pessoas más ou irrelevantes... mas pessoas que não podem preencher os requisitos daquilo que eu procuro.
Sem entrar em pormenores, mas eu já passei por situações complicadas no sentido emocional. Todos nós passamos, eu sei disso, compreendo bem a minha condição não-exclusiva. Não é na intenção de justificar. É mais para explicar.
Eu estou é esperando ver se eu consigo sentir.
SENTIR. De verdade.
Complicado isso. Eu não consegui identificar nenhum sentimento forte, por assim dizer. É claro que existe uma guria que eu arrasto uma asa e tal... mas sei lá...
Tá uma baderna danada.
Pelo menos em Florianópolis eu posso ficar mais tempo pensando nessas coisas nos meus momentos solitários. Tenho tempo de pensar e compreender as coisas. Tenho tempo para me explicar as coisas e compreender outras tantas. Tenho tempo para digerir desilusões e alimentar esperanças.
Eu estava precisando dessas coisas.
Como alguém precisa de ar.
Escrever sobre certas coisas me ajudam muito. Não sei quem as lê, ou mesmo se dão qualquer importância para aquilo que eu penso ou sinto. Ou falo.
Até hoje, pelo menos, nenhum tempo gasto para filosofar me trouxe para um resultado que não fosse positivo.
Bem, vamos ver se eu consigo achar a guria no meio desse emaranhado de caminhos...

A simple kind of man by ~EmEtt93

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Conversa fiada.




Eu tentei escrever este texto algumas vezes. Em todas elas, eu esbarrei naquele pensamento ruim de estar me adiantando à outra pessoa. Eu confesso que sou um vidente fracassado, mas ainda mantenho viva a pretensão de adivinhar eventos, conversas e posturas.

Eu apaguei frases bacanas, deletei parágrafos pensados para serem bonitos. Algumas palavras colocadas propositalmente aqui para te serem agradáveis aos olhos e que tentassem aliviar qualquer pensamento, seja ele qual for e a respeito daquilo que eu andei pensando.

Resolvi não escrever nada para você. Mas sim para mim.

Resolvi que não tem nada de errado em ser sincero. Nada. E resolvi também em não dizer para que deixe tudo como está. Resolvi dizer que prefiro que, se for para mudar alguma coisa, que seja assim. Resolvi dizer que me incomoda ficar longe e sem saber o que dizer. E também resolvi expressar que não sou aquilo que muitas pessoas pensam de mim.

De pré-julgamento eu entendo bem. Muito bem. Aliás... ando sempre pensando nos porquês que andam me perseguindo sobre isto. Andei conversando sobre pessoas sobre isto. E resolvi que não vou mudar, não.

Sabe... há muito tempo atrás, eu resolvi que não iria mais mentir para mim. E que se fosse para viver, que fosse sinceramente feliz e que nunca me obrigasse a estar com pessoas que eu não queria estar e nem em lugares aonde eu não gostaria de ficar.

Assim, teria certeza de usar o meu tempo de forma correta. De agir de acordo com aquilo que eu ignorei durante um bom tempo.

Agir de acordo com o que eu sentia.

Não descarrego sorrisos falsos. Nem deixo impressões a respeito daquilo que não sou. Eu tentei apagar máscaras e deixar as impressões baterem de frente em mim. Resolvi abandonar grande parte das minhas máscaras sociais.

Então...

Eu resolvi dizer que não é tanto faz à respeito daquilo que vais ou não dizer para mim. Resolvi dizer que me importo, sim.

E que, se mesmo assim, não ouvir nada que for bacana de ser escutado, eu saberei entender bem tranquilo.

Eu já aprendi há muito tempo que as coisas às vezes somente são. Sem motivos, sem regras, sem promessas e sem qualquer noção de possuir algum nexo.

Também sei que algumas coisas são complicadas de serem ditas e que atos falam bem alto mesmo. Portanto, se for para dizer, diga. Se for para mostrar, mostre.


Mas que tudo seja verdadeiramente sincero.

Mas diga, demonstre, mostre, grite ou escreva alguma coisa.

O silêncio é um péssimo companheiro para mim, acredite.

Finalmente, decidi pedir desculpas pela sinceridade. Alguns dirão que não sou nada acostumado com ela e por inaptidão, até posso usá-la sem saber. Outros dirão que é um texto tolo, dito por um tolo e escrito sem propósito algum, à não ser o de trazer aquela piedade mesquinha... dos que procuram somente atenção por não compartilharem da felicidade perpétua do círculo virtual. Existirão aqueles que não compartilham da mesma frequência de pensamento e não entenderão nada... ou pouca coisa do que está sendo exposta aqui.

Mas alguns saberão interpretar como se deve. Alguns tentarão perceber e compreender o que estou sentindo e tentando deixar transparecer...


É realmente muito difícil falar sem se proteger.

Mas prefiro continuar a sorrir sempre de verdade. Rir sempre quando der vontade. Conversar e me permitir ser feliz ou triste, mas de verdade.

Prefiro continuar a me permitir sentir na totalidade.

A gente se fala... ou não.

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sun spot squirrelby ~grevys

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Little... little sister.



Se você perguntar como acontecem as coisas e sobre os porquês incontáveis da falta de sincronia entre os seres humanos, eu te direi de uma vez..
.
Cabal e verificável em qualquer família.

Orgulho e prepotência.

O orgulho, na maioria das vezes, é algo positivo e que garante ao indivíduo a sua permanência dentro dos ditames de sua percepção de vida, dentro do escopo definidos por sua escala de valores. Algumas vezes, o orgulho venda a percepção de certo e errado e faz com que pequenos deslizes, decisões mal tomadas e atitudes derivadas de rompantes emocionais tomem proporções gigantes.

É um problema perceptível em pessoas que nunca tiveram que escutar ou se adaptar a situações desfavoráveis... ou que passam a vida com mais sim do que não... aquela velha história da proteção que se transforma em uma quase virtude do que chamo “Certeza e Razão absolutas”.

Ninguém é certo 100% das vezes.


Ninguém.

Já tenho uma lista de pessoas que se enquadram nesta categoria. De certezas absolutas e de vidas cheias de erros e derrotas. Uma miríade ilusória de certezas e verdades de boca para fora... ditando posturas e acertos sem recompensa.

Sabe... todos nós sentimos falta. Sem exceção. Mas é necessária agora uma postura que abandone uma sequencia antiga. E passe a buscar a união.

Nenhum de seus irmãos te abandonou. Esperamos no entanto que este tempo sirva para uma reflexão a respeito daquilo que você valoriza mais.

Você, como indivíduo. Ou você, como família.


Estamos te mostrando pela primeira e única vez, nós mesmos como indivíduos. Pensando por nós e em prol de nós mesmos. Pela primeira vez. Se for servir como aprendizado, que seja agora. É a nossa última chance.

Estamos te mostrando que ninguém mais vai abaixar a cabeça para qualquer desejo ou expectativa sua. 
Muito menos quando esta expectativa passar sobre pessoas, decisões, relacionamentos e escolhas.


Feliz Aniversário.

Espero realmente que esteja valendo a pena a sua decisão.


É a última vez que falo isso para você.


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Imagem e autor - candle by *Elinah

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Smells like a hunger strike.







A alegria.

Para alguns um calhamaço de notas de papel, para outros, um sorriso de criança em um parque.
Outros percebem como gentileza, talvez conforto... a tal da alegria. Alegria de ser bem sucedido. Alegria de ser bem amado.

Seria este adjetivo passível de ser subjulgado por circunstâncias efêmeras? Como por exemplo... alegria de ser belo? Se belo é um estado passageiro que deteriora a cada ano... a cada sorriso falso mal-dado? Alegria de ser rico? Se possuir nunca foi ser e usufruir de coisas boas deveria ser um direito de todos e não daqueles que conseguem negar todo o sofrimento do mundo em detrimento de alguns goles de champanhe a mais?

Gastam-se no planeta razões potenciais para a alegria de muitos milhares de seres humanos.

Especulam-se a alegria de um prato cheio.

Manipulam o suor do trabalhador.

Escancaram em todas as bocas de festa o branco dos ossos de crianças esquecidas.


E o céu continua sendo para todos?

A mesa continua sendo daqueles que comem e daqueles que aproveitam as sobras.
As pessoas continuam com fome.

A mesa continua gerando comida e deixando heranças de fome.
Discordo quando dizem que o diabo mora nos detalhes.
Não percebo cores diferentes em lágrimas, nem coloco virtude em qualquer fome, em qualquer roupagem que ela se manifeste.


Dor não escolhe nada.


Ela acontece.

E talvez, nas sobras da tua mesa, muita dor se acumule e muita hipocrisia encontre ninho.
As crianças no entanto, continuam a morrer.



A alegria é um prato cheio de... nada.

 

 

 

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 Hunger Strike 1by ~thepurist

terça-feira, 8 de maio de 2012

Colorblind.

Só para lembrar que nem só de músicas bonitas é que se vive a vida.


I am colorblind,
Coffee black and egg white.
Pull me out from inside.
I am ready.
I am ready.
I am ready.
I am
Taffy stuck, tongue tied,
Stutter shook and uptight.
Pull me out from inside.
I am ready.
I am ready.
I am ready.
I am...fine.
I am covered in skin.
No one gets to come in.
Pull me out from inside.
I am folded, and unfolded, and unfolding.
I am,
colorblind,
Coffee black and egg white.
Pull me out from inside.
I am ready.
I am ready.
I am ready.
I am...fine.
I am... fine.
I am fine.
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segunda-feira, 7 de maio de 2012

As nove razões pelas quais você nunca deveria amar um poeta.



1 - Nós gostamos de escutar coisas como “Você é lindo” e “Eu vou morrer sem você” mas no fundo nós sempre sabemos que isso não é bem verdade... E isso acaba que vai nos separando lentamente, não importando o quanto nós amamos ouvir essas mentiras venenosas.

2 – E quando você pergunta “ Você está bem?”, nós responderemos com um “Estou ótimo” e você vai escutar que mesmo que nossos ossos estejam completamente trincados e nossas mãos tremendo por conta de tudo aquilo que nos fere, que nós podemos continuar seguindo.

3 – A causa pela qual escutamos nossas músicas no último volume quando estamos sós é que isso expulsa os pensamentos que vêem com o silêncio: coisas que nos assombram nos pesadelos e as razões pelas quais nos não gostamos de permanecermos vivos.
4 – Nós deixamos muitos  e s p a ç o s entre nossos escritos por que é assim que nos sentimos. C o m p l e t a m e n t e   s ó s.
e talvez você posso mudar isso por algum tempo, mas no final, será tudo a mesma coisa.

5 – E nós podemos nos identificar com livros e filmes e música melhor do que com a maioria das pessoas, portanto, nos desculpe se chorarmos no cinema, mas não chorarmos quando você partir. As vezes, nós ficamos paralisados do cérebro para baixo, mas acredite, nós choraríamos e imploraríamos e perguntaríamos a ti para ficar se isso fosse mudar alguma coisa. E não irá mudar nada.
Isto já aconteceu antes conosco.

6 – Nós sempre desejamos na hora das estrelas cadentes, usando cílios como apostas... e nós esperamos até 11:11 e também quando cruzamos a linha imaginária chamada equador para fazer algum desejo. Nós não iremos te contar, porque senão, jamais se tornará real. E realmente não nos importamos se você vai rir ou vai implorar, não iremos te contar, nunca.

7 – Nós amamos o oceano e as montanhas e as florestas porque são selvagens e livres e nós conseguimos esquecer nossos nomes, de nossas vidas ali. Também lá nos podemos acreditar que possuímos asas, ou que nós podemos mergulhar fundo, fundo, fundo... nas profundezas das águas negras e nunca voltar.

8 – E nós somos nós, nós mesmos. Não porque assim escolhemos o ser, mas sim por não saber como ou o que mais nós poderíamos ser.

9 – E iremos misturar nossos agora e para sempre e eternamente com eu desejaria, mas não são bom o bastante para você, -para-ninguém.
E você vai odiar isso, mesmo se da primeira vista você ignorar este fato.
Porque você talvez seja realmente capar de nos dar amor, mas todos nós só poderemos te dar algo que não faz o menor sentido.
Eu poderia finalizar dizendo que existe muitas-razões-sobre-o-porque-você-não-deveria-amar-um-poeta, mas eu desejo que você me ame, portanto... eu não irei dizê-las a você.
 
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 Imagem -Why?by ~WhiteSpeed

Tradução livre do texto - http://browse.deviantart.com/literature/?qh=&section=&q=nine+reasons#/d2gg3tc

Algumas verdades.




É verdade que existe algo especial quando a gente passa boa parte do dia pensando sobre outra pessoa. É algo que chega a ser quase físico. Quase visceral.

Quando não dá para evitar pensar sobre é que se abalam os muros de qualquer fortaleza. Inevitável.

É verdade que não tem como agir de forma leviana nestes casos. Não dá para arriscar, sabe? E daí a mente faz planos, tenta escolher a melhor frase, tenta encaixar contextos para que tudo dê certo. Esquecemos completamente de que nada, nunca, acontece da forma que a gente espera. 

E é bem verdade que o coração soca forte o peito. Tenta escapar com urgência.

É verdade também que os olhos procuram por ela no meio de um monte de outras pessoas. Enganam o que a boca fala. Mentem descaradamente a respeito de qualquer intenção que, literalmente, sai da boca para fora.
E não me importo mais em externar isso.

Foram tão poucas vezes que senti isso na vida, que nem sei como lidar.

É verdade.

Eu ando mesmo gostando de ti, guria.

 E talvez seja certo... que por não saber muito sobre isso tudo, que meta os pés pelas mãos, que eu me atropele vezes e vezes seguidas.

É que eu ainda estou descobrindo como fazer com que eu mereça ser um motivo justo para que você gaste alguns minutos da tua vida me ouvindo te dizer isso tudo.

Beijo.


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Imagem retirada de DEVIANTART <Todos os direitos reservados>

a writer ...by ~OrazioFlacco